segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Jesus e as crianças

Há cem anos, Pio X antecipava a idade para a primeira comunhão


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 23 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – No contexto do centenário do decreto Quam singulari Christus amore (8 de agosto de 1910), de São Pio X – Papa que foi beatificado em 1951 e canonizado em 1954 –, publicamos a reflexão do prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Antonio Cañizares, apresentada em L'Osservatore Romano. Bento XVI discutiu esse tema na audiência geral de quarta-feira passada.

Completam-se agora cem anos da promulgação do decreto Quam singulari, do Papa São Pio X, pelo qual, seguindo fielmente os ensinamentos do Concílio IV de Latrão e os de Trento, estabeleceu a primeira comunhão e primeira confissão das crianças à idade do uso de razão, quer dizer, em torno dos sete anos.

Esta disposição do santo Papa supunha um caminho muito importante na prática pastoral e na concepção habitual de então, que por razões diversas, tinha atrasado a idades posteriores este acontecimento tão transcendente para o homem.

Com este decreto, São Pio X, o grande Papa da piedade e da participação eucarística, com o desejo de renovação eclesial que inspirou seu pontificado, ensinou a toda Igreja o sentido, lugar, valor e centralidade da sagrada comunhão para a vida de todos os batizados, incluídas as crianças.

Com este gesto, ao mesmo tempo, destacava e recordava a todos o amor e a predileção de Jesus pelas crianças, que, além de fazer-se criança, manifestou seu amor por elas com gestos e palavras, até o ponto de dizer: “se não forem como as crianças, não entrarão no reino dos céus”; “deixai que as crianças venham a mim, não as impeçam, porque delas é o reino dos céus”. Elas são sempre amigas muito especiais do Senhor.

Com a mesma predileção, com o mesmo olhar amoroso e com a mesma atenção e solicitude singular, a Igreja olha, atende, cuida e se preocupa com as crianças. Por isso, ela, como mãe amorosa, quer para seus filhos pequenos, os primeiro no Reino de Deus, que, com as devidas disposições, participem logo do melhor e mais importante que Jesus nos deixou em sua memória: seu Corpo e seu Sangue, o Pão da vida. Pela sagrada comunhão, Jesus em pessoa, Filho de Deus, entra dentro da vida de quem o recebe e coloca sua morada nele. Não há maior amor, nem maior presente. Isso é um dom de amor que vale mais que todo o restante que se possa dar à vida de cada homem. Estar com o Senhor; que o Senhor esteja em nós, dentro de nós; que nos alimente e sacie; que nos tome pelas mãos e nos guie; que nos vivifique e permaneçamos fielmente em comunhão e amizade com ele: é sem dúvida o mais importante, o mais gratificante, o mais gozoso que pode acontecer a alguém.

Como atrasar, pois, às crianças, este encontro com Jesus, elas que são seus melhores amigos, as especialmente queridas por Deus, o Pai, objeto de especial cuidado da Igreja, mãe santa?

A primeira comunhão das crianças é como o início de um caminho junto a Jesus, em comunhão com ele: o início de uma amizade destinada a durar e se fortalecer toda a vida com ele; começo de um caminho, porque com Jesus, unidos sem nos separar, procedemos bem e a vida se faz boa e virtuosa; com ele dentro de nós podemos ser sem dúvida pessoas melhores. Sua presença entre nós e conosco é luz, vida e pão no caminho. O encontro com Jesus é a força de que necessitamos para viver com alegria e esperança. Não podemos, atrasando a primeira comunhão, privar as crianças – a alma e o espírito das crianças – desta graça, obra e presença de Jesus, deste encontro de amizade com ele, desta participação singular do próprio Jesus e deste alimento do céu para poder amadurecer e chegar assim à plenitude.

Todos, especialmente as crianças, têm necessidade do Pão descido do céu, porque também a alma deve se nutrir e não bastam nossas conquistas, a ciência, as coisas técnicas, por muito importantes que sejam. Necessitamos de Cristo para crescer e amadurecer em nossas vidas. Isso é ainda mais importante neste tempo que vivemos e o é de modo especial para as crianças, frequentemente objeto, infelizmente, de manipulação e de destruição de sua grandeza, pureza, simplicidade, “santidade”, capacidade de Deus e de amor que as constitui. As crianças vivem imersas em mil dificuldades, envolvidas em um ambiente difícil que não lhes favorece ser o que Deus quer delas; muitas são vítimas da crise da família. Nesse clima ainda lhes é mais necessário o encontro, a amizade, a união com Jesus, sua presença e sua força. São, por sua alma limpa e aberta, as mais bem dispostas, sem dúvida, para isso.

O centenário do decreto Quam singulari é uma ocasião providencial para recordar e insistir no ato de receber a primeira comunhão quando as crianças tiverem a idade do uso de razão, que hoje, inclusive, parece se antecipar. Não é recomendável, por isso, a prática que se está introduzindo cada dia mais de atrasar a idade da primeira comunhão. Ao contrário, é ainda mais necessário o ato de adiantá-la. Perante tantas coisas que estão acontecendo com as crianças, e o ambiente tão adverso em que crescem, não as privemos do dom de Deus: este pode ser, é a garantia de seu desenvolvimento como filhos de Deus, engendrado pelos sacramentos da iniciação cristã no seio da santa mãe Igreja. A graça do dom de Deus é mais poderosa que nossas obras e que nossos planos e programas. Quando São Pio X adiantou a idade da primeira comunhão, também insistiu na necessidade de uma boa formação, de uma boa catequese. Hoje devemos acompanhar este ato de adiantar a idade com uma nova e vigorosa pastoral de iniciação cristã. As linhas marcadas pelo Catecismo da Igreja Católica e o Diretório geral para a catequese são guias imprescindíveis nesta nova pastoral ou renovada da iniciação cristã tão fundamental para o futuro da Igreja, a mãe que, com o auxílio da graça do espírito, engendra e amadurece seus filhos pelos sacramentos da iniciação, pela catequese, e por toda ação pastoral que acompanha. Assim, pois, não fechemos hoje nossos ouvidos às palavras de Jesus: “deixai que as crianças venham a mim, não as impeçam”. Ele quer estar nelas e com elas, porque “das crianças e dos que são como elas é o reino de Deus”.

Fonte da Imagem: =http://www.cen2010.org.br/

sábado, 21 de agosto de 2010

Ser Missionário Hoje


Ser missionário/a significa decidir-se radicalmente pelo Reino de Deus em prol da promoção humana, na defesa inviolável da vida. A missionariedade não é privilégio de certas pessoas e constitui o cerne da vida cristã: “Anunciar o Evangelho é uma necessidade que se me impõe” (I Cor 9, 16). Pelo batismo, nos tornamos membros de Cristo e por isso participantes de sua missão sacerdotal, profética e régia(...)
Ser missionário/a não significa necessariamente percorrer grandes distâncias, ir a outros continentes, mas sim fazer a mais difícil de todas as viagens, àquela que nos leva ao encontro do outro, com suas limitações e fragilidades. É ter o dinamismo do Êxodo: sair do próprio mundo (cultura, religião comodidade, etc.) para ir ao encontro daqueles que nada possuem, que não podem, que não conhecem... Isso supõe uma mística especial que consiste em morrer um pouco para si mesmo para dar-se à causa do Reino. É um projeto de vida total.
Como consequência deste assumir o compromisso missionário, nasce novo estilo de missões: não levar, mas descobrir. Não só dar, mas receber. Não conquistar, mas partilhar e buscar juntos. Não ser mestre, mas aprendiz da verdade. A missão nos permite criar novos laços, novas relações, um novo jeito de olhar a vida, um novo jeito de ser Igreja.
Um dos principais aspectos do ser missionário é o testemunho de vida. O Papa João Paulo II, de saudosa memória, disse com muita propriedade: “É preciso gritar Cristo com a vida”. De fato, nossa maneira de pensar e agir devem irradiar a presença do ressuscitado ao nosso redor. Diz uma história antiga:
Um dia, Francisco de Assis convidou o irmão Leão para pregar. Saíram do convento, percorreram a praça pública e regressaram. Então, o Frade perguntou:
- A que horas vamos pregar?
- Já o fizemos, disse Francisco.
- Como se não falamos?
- Se nos assemelhamos a Cristo, aqueles que nos viram ficaram pensando nele. Já pregamos com o nosso exemplo, pois um homem que está pleno de Deus o comunica a todos…
Evangelizemos com a nossa vida e se for necessário usemos as palavras. É assim que mostraremos ao mundo a essência do ser cristão. O desafio que nos é proposto é: de que maneira podemos ser missionários em casa, no trabalho, na política (já que se aproximam as eleições), nos ambientes de lazer e em todas as outras realidades temporais? Estamos assumindo esse mandato de Jesus sendo portadores da boa-nova da justiça, da paz, da fraternidade e da acolhida?

Se olharmos para o grande modelo de vivência missionária, Jesus Cristo, perceberemos que o motivo central de sua missão é realizar a vontade d’Aquele que o enviou: “seja feita a tua vontade e não a minha” e que o seu processo pedagógico, abrange, pelo menos, quatro âmbitos de ação, intimamente ligados:
1- A missão de Jesus consigo mesmo: predominância da oração: sozinho, com os discípulos, em lugares desertos, em meio à multidão;

2- A missão de Jesus com os discípulos: Jesus tem a intenção explícita de formar os seus discípulos, através da escuta, do convite, da explicação, da interpretação, da oração, da celebração, da prática. (convite-escolha-envio-formação)

3- A missão de Jesus com o povo: a pessoa, a comunidade e a multidão.

- Com a pessoa, Jesus dialoga, compreende, deixa-se tocar pelas necessidades e liberta. (Mc 7, 24-30)

- Com a comunidade, Jesus confronta as vontades e tendências com os critérios da missão. (Jo 11)

- Com a multidão, Jesus age pelo envolvimento, através de símbolos e parábolas. (Mc 6, 30-44)

4- A missão de Jesus com os adversários: Adversários à prática pedagógica de Jesus são os que atuam contra a vontade do Pai e não os que se mostram contrários às ideias de Jesus. A vontade do Pai é o critério fundamental da missão de Jesus e vale tanto para si mesmo, os discípulos e a comunidade, quanto para as multidões e os adversários (Mc 7, 1-13).
É na integralidade de nossas vidas que queremos ser missionários/as.
CÉSAR AUGUSTO ROCHA

domingo, 8 de agosto de 2010

Encontro da Juventude Missionária (JM) do Regional NE2 da CNBB em Caruaru/PE - 6 a 8 de agosto

Foi muito bom participar do Encontro de Formação para Assessores e Coordenadores da Juventude Missionária do Regional NE2 da CNBB em Caruaru/PE, estiveram presentes jovens da Paraíba, Alagoas e Pernambuco e o encontro foi assessorado pelo Pe. André, Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé.
Muitas foram as experiencias partilhadas e vivenciadas! Que a graça de Deus esteja sempre conosco e tenhamos sempre força e coragem para anunciar Jesus Cristo a todos os povos!
Jovens Missionário, Sempre Solidários!